segunda-feira, 30 de abril de 2012

Biofotovoltaicos: carregue o seu portátil numa mesa decorada com musgo (com FOTOS)


Chama-se Moss Table, e como Moss significa musgo em inglês, não é difícil adivinhar que é uma mesa coberta com musgo. Mais difícil de acreditar, porém, é que esta mesa consegue carregar o seu portátil. Mas acredite que é verdade.

A inovação está a ser apresentada no Salão de Design de Milão e baseia-se na biotecnologia fotovoltaica, que aproveita o excedente de energia gerada no processo de conversão natural de luz realizado pelas plantas, a conhecida fotossíntese, para gerar energia.

Alex Driver e Peralta Carlos são os designers por trás deste projecto, que foi desenvolvido em conjunto com engenheiros do departamento de bioquímica da Universidade de Cambridge, liderados por Paolo Bombelli.
É na base da mesa, bem junto ao musgo, que ficam os dispositivos que captam a energia que é desperdiçada na fotossíntese, gerando perto de 520 joules de electricidade por dia. O que significa, por exemplo, 20 segundos de energia consumida por um portátil.

Uma modesta quantidade energética, é certo, mas como a investigação ainda só agora começou, quem sabe se um dia podemos electrificar toda a nossa casa com esta e outras inovações ligadas às biofotovoltaicas.


Fonte: Greensavers

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Directiva Eficiência Energética - Acordo ainda é possível, acredita Comissário europeu


O Comissário europeu para a Energia, Gunther Oëttinger, acredita que é possível, ainda durante a presidência dinamarquesa da União Europeia (UE), chegar a um acordo para alcançar a meta de 20% de eficiência energética em 2020. O político falava aos jornalistas depois de um encontro informal do Conselho para a Energia, a 20 de Abril, durante o qual se voltou a debater o texto para a futura Directiva para a Eficiência Energética.

A proposta de lei comunitária está actualmente a ser discutida pela Comissão Europeia, Estados-Membros e Parlamento Europeu e, até aqui, estima-se que as alterações feitas tenham reduzido o seu impacto para apenas 38% do que foi inicialmente proposto por Bruxelas.

"Acredito realisticamente que é possível uma solução durante a presidência dinamarquesa", disse Oëttinger. "A minha esperança é que possamos ter uma solução em Junho de forma ambiciosa que consigamos concretizar a meta de 20%".

Depois de ter definido a eficiência energética, em particular esta Directiva, como uma das prioridades para o seu mandado, a presidência dinamarquesa está debaixo de grande pressão para conseguir um acordo entre as partes até 1 de Julho, altura em que passa a pasta para o Chipre.


Fonte: Revista Climatização

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Governo diminui aposta nas renováveis, mas mantém-na nos veículos eléctricos

O Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE) e o Plano Nacional de Acção para as Energias Renováveis (PNAER) foram apresentados na semana passada, estando disponíveis para consulta pública até ao dia 18 de Maio. Ou, para ser mais preciso, estariam disponíveis para consulta. Neste momento, se procurar o documento, no site da DGEE, encontra a seguinte informação: “Por motivos de ordem técnica, não está disponível o link ao documento”. Enquanto não está disponível, o Planetazul faz um pequeno resumo do que já se disse sobre o documento e destaca os pontos mais importantes.

Se compararmos o PNAER agora apresentado com a versão lançada em 2010, ainda no Governo de José Sócrates, as perspectivas de crescimento não são muito favoráveis, pelo menos para as energias renováveis. O Jornal de Negócios assume que há “menos espaço para o crescimento de fontes como a eólica e a energia solar”. O portal ambienteonline fala de um “forte travão na política energética em curso” com a redução de metas de fontes de energias renováveis e faz as contas: 32,7 por cento a menos, o que se deverá traduzir em menos 3214 MW instalados em 2020. A energia solar foi cortada em 63 por cento e a eólica em 22 por cento.

Por outro lado, de acordo com o Dinheiro Vivo, a microprodução é “eliminada do Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE)”. Ao passo que o PNAER parece esfriar o boom recente de investimento em energias renováveis, o PNAEE promete, relativamente ao consumo de energia, cortá-la em 25 por cento até 2020, tendo por referência a média 2001-2005, valor superior ao pedido pela UE (20 por cento). “Ao nível das emissões de GEE [gases com efeito de estufa], estima-se uma redução de 5,6 por cento face ao valor verificado em 2010, e um aumento de 14 por cento face a 1990”, revelam. Para isso, “até 2014 [data em que saem novos planos] deverá ser realizado um controlo anual implementando/reforçando medidas de eficiência energética”.

Quem não ficou esquecido foram os veículos eléctricos, que devem passar a ter uma quota obrigatória na administração central e municípios, escreve a Lusa, de acordo com o Diário Digital. Além do mais podem começar a ter estacionamento grátis nos centros urbanos e autorização para circular nas faixas reservadas aos transportes públicos.

Se esta história dos carros eléctricos não funcionar, o Governo pretende “assegurar o abastecimento de biocombustíveis sustentáveis que possam garantir o cumprimento da meta do sector dos transportes”, lê-se no PNAER. Para isso irá “promover a produção de biocombustíveis” “que utilizem resíduos e detritos” e “incentivar as culturas energéticas” para a sua produção. Nos transportes, o PNAEE também prevê a “introdução de táxis colectivos” e a “promoção do uso da bicicleta”.

Por último, uma das medidas a eliminar do PNAER será a de “criar, até 2012, um fundo de equilíbrio tarifário que contribua para minimizar as variações das tarifas de electricidade” e uma das medidas a manter é “concretizar o plano de barragens”.

Fonte: Planetazul

Portugal poderá ter que importar mais produtos agrícolas devido à seca


Portugal importa “30 por cento” dos produtos agrícolas que consome e este ano, “eventualmente”, terá de importar mais, devido à quebra da produção nacional provocada pela seca, admitiu hoje à Lusa um dirigente agrícola.

De acordo com a balança portuguesa de pagamentos nos produtos agrícolas, “somos auto-suficientes em 70% e ainda importamos 30% do que consumimos, o que é bastante”, disse Castro e Brito, presidente da ACOS - Agricultores do Sul, entidade organizadora da maior feira agropecuária do sul do país, a Ovibeja.
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Devido à seca, que afecta o país, haverá uma “quebra na produção” agrícola, “pelo menos no sector dos cereais e na produção de gado” e, “eventualmente, um aumento de importações”, admitiu.

Segundo Castro e Brito, Portugal tem “todas as possibilidades de atingir a auto-suficiência” em termos de produtos agrícolas e “até de produzir um excesso para exportação”.

O Alentejo, “com o novo regadio”, é a região que “tem mais possibilidades de contribuir para a auto-suficiência” de Portugal em termos de produtos agrícolas, mas, para tal, “é muito importante que seja concluído o regadio de Alqueva”, frisou.

Neste momento, Alqueva “é o factor principal para aumentarmos a produção” agrícola no Alentejo, como aconteceu nos sectores do vinho e do azeite, que “são os principais produtos já exportados”.

O Alentejo é a região portuguesa que “mais exporta” vinho e azeite e, neste momento, estão a desenvolver-se outros sectores, como o das agro-industriais e do milho de regadio, sublinhou.

“Assim haja água, porque estes produtos requerem grandes quantidades de água”, disse, frisando: “Venha a água, porque os solos e o clima do Alentejo são os melhores do mundo para fazer agricultura. O problema é a água”.

Neste sentido, Castro e Brito garantiu que a ACOS “vai continuar a lutar” pela conclusão do projecto global de Alqueva, referindo que “seria um erro histórico” parar ou não concluir o projecto na íntegra.

Há “muitos” investimentos em projectos de regadio em explorações agrícolas no Alentejo, que foram co-financiados com fundos comunitários e só avançaram no terreno devido “à promessa de que a água de Alqueva chegaria em 2013”, sublinhou.

Os projectos, que, actualmente, são regados com recurso a furos e charcas, “não são viáveis sem a água de Alqueva”, avisou, referindo que os agricultores “estão à espera e os prejuízos serão enormes senão chegar a água de Alqueva às explorações”.

Castro e Brito falava à Lusa a propósito da 29.ª Ovibeja, que arranca esta sexta-feira e vai decorrer até terça-feira no Parque de Feiras e Exposições de Beja sob o tema Mais Produção”.

O tema deste ano é “sem dúvida” um apelo para os agricultores produzirem mais e “para que o Estado cumpra o que prometeu: finalizar o regadio de Alqueva”, porque no Alentejo “precisamos de água para produzir mais”, disse.

Fonte: Público

terça-feira, 24 de abril de 2012

Falta de água nas barragens faz disparar importação de electricidade

O regresso da chuva está a ser para já insuficiente para atenuar os efeitos da falta de água nas barragens, que nesta altura do ano estão a registar níveis abaixo do normal. Esta falta de recursos para produção hídrica, que entre Janeiro e Março caiu 75,9% e continuou abaixo dos mínimos dos últimos 10 anos, de acordo com os números da REN (Rede Eléctrica Nacional), está a ter como principal contrapartida um forte aumento dos megawatts comprados a Espanha.

Se tivermos em conta apenas as importações, estas representam já a segunda maior fonte de electricidade para o país, com um peso de 18% do total, depois de terem disparado mais de 250% entre Janeiro e Março, face ao mesmo período do ano passado - quando as barragens tinham níveis de armazenamento acima do que é costume. Já o saldo importador fica um pouco abaixo, uma vez que Portugal também vendeu electricidade a Espanha - uns meros 66 gigawatts/hora, o que representou uma quebra de 91,6% face aos números do primeiro trimestre de 2011. Só em 2008 se tinha registado um montante tão elevado de compras de electricidade ao outro lado da fronteira. Desde esse ano, no entanto, a tendência passou a ser a inversa. Nos dois últimos anos, aliás, o saldo do primeiro trimestre, nas trocas luso-espanholas de electricidade, tinha dado positivo para Portugal.

No que é que se reflectem essas diferenças? Antes de mais, a não ser que chova durante todo o Verão, prevê-se um aumento do custo da electricidade consumida em Portugal. Isto numa altura em que se está a preparar a extinção das tarifas reguladas para os consumidores domésticos (no final deste ano) e que as regras são para aproximar o mais possível a factura dos custos reais.

Uma fatia significativa deste aumento deve-se às importações de Espanha, que terão representado mais de 120 milhões de euros para a factura energética entre Janeiro e Março. Isto tendo em conta que o valor médio do megawatt/hora (mwh) no mercado ibérico de electricidade foi de 51 euros nesse período - mais sete euros do que no primeiro trimestre de 2011.

Mas além das compras ao exterior, também o peso do carvão na electricidade produzida tem vindo a aumentar nestes primeiros meses. Este combustível fóssil, que é importado, voltou, aliás, a ser a principal fonte de produção eléctrica em Portugal, com um peso de quase um quarto no total registado desde o início do ano e até ao final de Março. Essa é uma situação que não se fazia sentir desde 2006, e que ganha importância quando se sabe que 2012 será o último ano em que as emissões de carbono para a atmosfera não têm de ser pagas.

Em contrapartida, Portugal está agora a consumir menos gás natural para produzir electricidade - uma descida de 30% face ao que tinha acontecido durante os primeiros três meses do ano anterior, facto ao qual não será alheio o aumento de preços deste combustível fóssil nos mercados internacionias. Isto porque os contratos de compra de gás à Nigéria e à Argélia estão tradicionalmente indexados ao custo internacional do barril de petróleo Brent e este tem vindo a subir de forma acentuada, sendo ainda para mais penalizado pela progressiva desvalorização do euro face ao dólar, a divisa a que é cotado nos mercados.

Menos vento, mais sol

O vento também não está a soprar com tanta força como sucedeu nos últimos dois anos, o que se traduz numa descida de quase 10% da produção de origem eólica. Ainda assim, esta está a ser a terceira fonte mais importante de electricidade em Portugal, com um peso de 17,4% na produção total, e que ajuda a aligeirar a balança de trocas comerciais com o exterior. Muito menor é o peso do fotovoltaico, que representa apenas 0,5% da electricidade total, mas a verdade é que tem vindo a subir a um ritmo impressionante. Ajudados pela falta de chuva e pelo Inverno de céu limpo que se fez sentir nos primeiros meses do ano, os parques fotovoltaicos tiveram uma subida de 72,09% na produção.

Já o consumo de energia eléctrica, à semelhança do que está a suceder com o consumo em geral e com os combustíveis, continuou a cair. Entre Janeiro e Março, deu-se uma descida de 4% face aos primeiros três meses do ano passado.

Fonte: Público

segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Para o cidadão ou empresa, ter que optimizar a utilização dos seus recursos e da energia é um factor crítico que não pode ser negligenciado"


A LIPOR foi distinguida na categoria “Empresa Eficiente”, com o Prémio Energy Efficiency Awards, no âmbito do Barómetro da Eficiência Energética Portugal 2010. Qual tem sido a estratégia adoptada em matéria de eficiência energética?

As preocupações com as questões energéticas têm feito parte da vida da LIPOR na última década. Desde 2002, com o início da certificação ambiental das diversas instalações da LIPOR, segundo a norma ISO 14001, a publicação do Plano Estratégico para a Gestão Sustentável de Resíduos 2007 – 2016 e a implementação da Estratégia 2M – menos resíduos, menos carbono [resultado de uma reflexão em torno dos riscos e oportunidades que as alterações climáticas representam para a organização e da forma como os mesmos podem ser integrados na estratégia de negócio], a questão assumiu ainda maior relevância e, por isso, a distinção na categoria “Empresa Eficiente”, com o Prémio Energy Efficiency Awards, no âmbito do Barómetro da Eficiência Energética Portugal 2010, foi compensadora e um motivo de orgulho para todos os colaboradores da organização.

Neste âmbito, a estratégia assenta na aposta nas energias renováveis e eficiência energética. Nas energias renováveis, com a aposta na energia solar, com a instalação de painéis solares e fotovoltaicos – projecto em fase inicial – e o aproveitamento do biogás produzido nos aterros sanitários, com vista à sua valorização energética – em Julho de 2008 ficou concluído e entrou em funcionamento o projecto de aproveitamento energético do biogás no Aterro de Ermesinde e, em Maio de 2009, o projecto de aproveitamento energético do biogás no Aterro de Matosinhos. Juntamente com a Central de Valorização Energética, a implementação destes projectos permitiu à organização dispor de três locais ligados à Rede Eléctrica Nacional, produzindo cerca de 28Mwh de energia renovável. Na área da eficiência energética, a LIPOR trabalha diariamente com o intuito de determinar como e onde se consome a energia e se esse consumo é o mais adequado.

De modo a gerir todas estas questões de forma mais estruturada, em 2010 foi criado um grupo interno para trabalhar esta questão – Grupo da Energia, grupo que integra colaboradores de diversas áreas e que tem como objectivo primordial efectuar a gestão da energia na organização.

Com o cálculo da pegada carbónica da LIPOR, deu-se início a uma nova etapa no âmbito da eficiência energética. Desde essa altura, o que mudou nas vossas actividades diárias, de modo a diminuir essa mesma pegada?

A LIPOR determinou, pela primeira vez, a sua pegada carbónica em 2007, mas relativa à sua actividade de gestão de resíduos do ano de 2006, sendo este último o ano considerado como ano base no que respeita à estratégia climática da LIPOR. Esta base de trabalho é fundamental para conhecer, de forma completa e bem caracterizada, as emissões libertadas fruto da actividade da LIPOR. A LIPOR compromete-se a reduzir, face a 2006, as suas emissões de CO2 em 12% em 2012, em 16% em 2016 e em 20% em 2020.

A resposta da Estratégia 2M, e a sua implementação, está assente em 3 importantes eixos: primeiro, Conhecer – avaliar as emissões de GEE directamente ligadas à actividade de gestão de resíduos e actividades complementares (determinação da Pegada Carbónica LIPOR e respectiva actualização em ciclos temporais pré definidos); segundo, Agir – identificar e desenvolver projectos e iniciativas para a diminuição da Pegada Carbónica, através de medidas de eficiência energética, racionalização e mecanismos de compensação de emissões; terceiro, Mobilizar – fomentar a literacia dos cidadãos na temática dos GEE e das alterações climáticas, através da sensibilização, e aumentar a participação no projecto. É uma questão global, mas que deve ser combatida a nível local.

Desde o arranque deste projecto, temos trabalhado para melhorar o nosso desempenho e diminuir as emissões de GEE pelas quais somos responsáveis, fruto da nossa actividade diária. De 2006 a 2010, conseguimos reduzir a nossa pegada carbónica em 7,51% e, de 2009 para 2010, conseguimos atingir uma redução de 4,43%. Estes resultados fazem-nos acreditar que estamos no bom caminho e que conseguiremos atingir já o primeiro objectivo em 2012 – redução de 12%.

Para isso têm contribuído vários projectos…

Vários projectos foram implementados, desde a substituição de telhas no Centro de Triagem por telhas translúcidas que permitem uma menor necessidade de recurso à energia eléctrica, a utilização de biodiesel na frota LIPOR, sensibilização e informação interna aos colaboradores a apelar para a adopção de melhores práticas, um trabalho intenso em escolas sobre a temática das alterações climáticas, racionalização energética com a desactivação de algumas luminárias, dinamização de plantações de árvores, incorporação de sensores de movimento para activação da energia eléctrica, valorização do biogás, campanhas de sensibilização à população em geral, entre outras.

Compensamos ainda as emissões inevitáveis, que resultam da promoção de eventos e da utilização da frota interna, da LIPOR. A compensação das emissões resultantes da promoção de eventos de 2010 decorreu em território nacional, no Parque Nacional Peneda Gerês. A compensação das emissões resultantes da frota decorreu em território internacional. Para o efeito, foram adquiridos 380 créditos de carbono verificado (VER’s e VCS Standard), do projecto “Biomassa Brasil”, que utiliza resíduos das indústrias madeireira e do papel locais para alimentar uma caldeira e turbina. Estes resíduos vêm substituir a necessidade de utilizar derivados de petróleo na caldeira e assim reduzir a quantidade de electricidade consumida da rede. A caldeira a biomassa produz vapor de alta pressão que é depois utilizado para produzir electricidade. A biomassa é um combustível considerado neutro em carbono por sequestrar dióxido de carbono da atmosfera no seu crescimento.

Que diagnóstico pode ser feito ao projecto de valorização de óleos alimentares usados, na Área Metropolitana do Porto, com vista à produção de biodiesel?

A LIPOR está empenhada, juntamente com os municípios associados, em implementar uma Rede de Recolha Selectiva Supramunicipal de Óleos Alimentares Usados (OAU) na sua área de intervenção. Com esta estratégia da LIPOR o que se pretende é: dotar os municípios com equipamento adequado (oleões) para deposição de OAU, de acordo com as exigências do DL nº 267/2009 de 29 de Setembro; envolver os cidadãos na correcta deposição destes resíduos; sensibilizar a população para a adopção das melhores práticas a nível da gestão dos OAU; demonstrar as vantagens da reciclagem dos OAU, nomeadamente na produção de biodiesel, o que permite melhorias a nível de impacto ambiental; garantir um destino final adequado aos OAU; contribuir para o cumprimento dos objectivos da política energética, para a redução das emissões de GEE e para o cumprimento do Protocolo de Quioto.

Este projecto resulta de uma parceria entre LIPOR, Municípios e EGI – Gestão de Resíduos, esta última entidade responsável pela manutenção e recolha dos oleões e pela valorização dos OAU, que serão transformados em biodiesel. Actualmente encontram-se instalados 198 oleões na área de influência da LIPOR. Estamos em fase de arranque do projecto, mas o balanço que poderemos fazer é bastante positivo, pela instalação de oleões em número superior ao previsto na legislação, pela oferta à população de infraestruturas adequadas para deposição de OAU e pelo facto destes resíduos serem transformados num novo produto, o biodiesel.

É possível quantificar a redução do consumo de energia eléctrica alcançada desde que foram implementadas medidas como a substituição da cobertura do Centro de Triagem por telhas translúcidas, a eliminação de luminárias nas vias da LIPOR ou a substituição dos aparelhos de ar condicionado, bem como o retorno do investimento efectuado?

Temos estimado os ganhos pelas medidas implementadas. A título de exemplo, a substituição de telhas no Centro de Triagem permitiu poupar 55.000 kWh/ano e evitar 32 t CO2e/ ano de emissões; a desactivação de luminárias nas instalações permitiu poupar 33.000 kWh/ ano e evitar 20 t CO2e/ano; a utilização de biodiesel (a 30%) na frota da LIPOR evita a emissão de 10,5 t CO2e/ano; e a valorização do biogás permite a produção de energia superior a 6.000.000 kWh e as emissões evitadas são superiores a 3.000 t CO2e.

O vosso edifício administrativo foi alvo de um estudo que permitiu o levantamento das luminárias existentes, nomeadamente com vista à implementação de um sistema inteligente de controlo e gestão do fluxo luminoso, destacando-se assim as TI enquanto aliado nesta tarefa de reduzir custos com a energia. Esta medida integrou algum objectivo de certificação do edifício?

Face à legislação em vigor, o nosso edifício administrativo sede não se encontra abrangido pelo Sistema de Certificação Energética de Edifícios. Contudo, no âmbito da melhoria contínua, a LIPOR decidiu proceder à substituição do sistema de iluminação deste edifício. O antigo sistema de iluminação tinha cerca de 10 anos de vida e apresentava algumas limitações. A sua substituição por um sistema inteligente de controlo e gestão do fluxo luminoso permitiu diminuir significativamente o desperdício, aumentar o conforto dos colaboradores que trabalham neste edifício e, obviamente, poupar dinheiro.

Como tem sido possível sensibilizar os colaboradores e, sobretudo, envolve-los na meta da eficiência?

Para envolver os colaboradores, a LIPOR aposta fortemente em sensibilização e formação. Foram colocados autocolantes a apelar à racionalização energética – em todos os interruptores de luz, monitores de computadores, aparelhos de ar condicionado – e à poupança de água. Anualmente todos os colaboradores são incluídos em acções de formação sobre os temas das alterações climáticas, eficiência energética e optimização de processos. Nestas sessões, além do carácter formativo e educativo, é referido o ponto de situação relativo à Estratégia 2M e ao desempenho da LIPOR a nível de emissões de GEE para a atmosfera.

A consciência ecológica é hoje muitas vezes suplantada pela consciência económica. A eficiência energética deve ser considerada uma inevitabilidade, na medida em que também é essencial às empresas dispor de energia a preços competitivos?

O actual contexto macroeconómico mundial está, inevitavelmente, a acelerar uma alteração no comportamento das pessoas perante o consumo energético. O aumento da consciência das pessoas leva à utilização mais eficiente da energia, gerando benefícios para o ambiente e para a pessoa. Já não se trata de uma opção, mas de uma obrigatoriedade. Para o cidadão individual ou empresa, ter que optimizar a utilização dos seus recursos e da energia é um factor crítico que não pode ser negligenciado. De modo a sermos capazes de aumentar a nossa competitividade, entre os diversos custos operacionais, as empresas precisam de dispor, inevitavelmente, de energia a preços competitivos e estáveis.

Quais os próximos desafios da LIPOR em matéria de eficiência energética?

A aposta na construção sustentável, a implementação de uma instalação fotovoltaica com a potência de 250kW para a produção e venda de energia eléctrica à Rede Eléctrica Nacional e a continuidade do trabalho que tem vindo a ser efectuado com vista a melhoria contínua da eficiência energética na organização são os grandes objectivos da Organização a curto/médio prazo.

No âmbito da eficiência energética, de realçar que, nos últimos dois anos, as instalações da LIPOR, em Baguim do Monte, foram alvo de auditorias energéticas, de acordo com o definido pelo Decreto- Lei nº 71/2008, de 15 de Abril. Decorrentes das auditorias foram elaborados Planos de Racionalização de Energia que foram submetidos à ADENE e que definem uma série de medidas que irão ser implementadas a curto prazo, tais como: ampliação do sistema de registo interno de consumos energéticos parciais, melhorias no sistema de circulação de água no lago, modificação do sistema de despoeiramento das linhas de triagem, entre outras. Não temos dúvidas que, com a implementação destas medidas, a LIPOR irá melhorar o seu desempenho energético.

Ainda no âmbito da eficiência energética, a Organização prevê a implementação, a médio prazo, da norma ISO 50001:2011 “Energy management systems – Requirements with guidance for use” (Sistemas de gestão de energia – requisitos e orientações para utilização).


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Projecto Escola Electrão recolhe quase mil toneladas de resíduos

O projecto Escola Electrão distinguiu esta semana as escolas que recolheram mais REEE (Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos) e RPA (Resíduos de Pilhas & Acumuladores), num período de 15 dias úteis.

Foram recolhidos pelas escolas 872.241 kg de REEE e RPA, com um total acumulado dos quatro anos do projeto de quase cinco mil toneladas de resíduos. Nesta edição, o projeto contou com 572 escolas inscritas, mais de 430 mil alunos e mais de 50 mil professores envolvidos.

A Escola Electrão é um projecto da Amb3E, que conta com o apoio do Ministério da Educação e do Ministério do Ambiente, e é destinado às escolas do ensino básico e do ensino secundário. Esta iniciativa pretende sensibilizar e envolver professores, alunos, funcionários, pais e comunidade em geral, para a importância do esforço global da reciclagem e valorização dos equipamentos elétricos e eletrónicos em fim de vida.

A Amb3E é uma associação sem fins lucrativos, que tem como missão a gestão de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE) e mais recentemente de pilhas e acumuladores (RPA).

Mais informação sobre o projeto Escola Eletrão pode ser encontrado em http://www.escolaelectrao.pt.

Fonte: Naturlink

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Gás natural sobe 6,9% em Julho

As tarifas de gás natural para os consumidores domésticos deverão aumentar 6,9% a partir de Julho, mas no início de 2013 poderá ocorrer uma nova alteração dos preços.


Foto: Manuel Roberto
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A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) anunciou em comunicado o aumento das tarifas reguladas, que vigora a partir de 1 de Julho e apenas até ao final deste ano, uma vez que em 2013 entra em vigor o novo regime de tarifas transitórias, ligado à liberalização do mercado do gás.

Este aumento vem juntar-se à subida dos preços que se fez sentir desde Outubro passado, devido à passagem da taxa de IVA de 6% para 23%.
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Fonte: Público

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Notícias soltas #20

Consumo de carvão aumenta mais de 38 por cento em Janeiro A tendência contraria o restante ciclo e deve-se a uma maior utilização pelas centrais térmicas a carvão: o consumo aumentou 38,4 por cento em Janeiro quando comparado com o período homólogo anterior, tendência que se vem a verificar desde junho de 2011.

Londres poupa 2,3 milhões de libras com renovações energéticas Na sequência dos compromissos ambiciosos de redução de emissões estabelecidos para 2025, a cidade de Londres tem apostado na eficiência energética como meio para alcançar os fins propostos.

Dezasseis marcas adoptaram selo de eficiência energética da Quercus Os automóveis, electrodomésticos e aparelhos electrónicos que consomem menos energia vão passar a ter mais destaque no mercado, depois de 16 marcas terem aderido hoje ao Selo Topten, da Quercus.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Projecto School 4 Save Energy já tem blogue

O Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia Eléctrica (PPEC), promovido pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), permitiu a realização da medida School 4 Save Energy (S4SE), uma das candidaturas aprovadas para a Agência Municipal de Energia de Sintra (AMES).

A S4SE tem como objectivo a redução do consumo de energia eléctrica em 13 edifícios escolares do concelho de Sintra dos mais variados níveis de ensino. Na implementação desta medida estão preconizadas as soluções de substituição de lâmpadas fluorescentes T8 por T5 e aplicação do dispositivo Save it Easy e instalação de um equipamento de medição e controlo de consumos.

Mais aqui.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Berlim constrói primeira casa sustentável

Residência construída com materiais recicláveis produz toda a energia que consome e gera um excedente para abastecer carros elétricos. Semelhante a um bloco de vidro, a residência, que abriga desde o começo do mês uma família de quatro pessoas, é o mais novo projeto do governo alemão para tentar aliar construção civil e mobilidade a um estilo de vida mais sustentável.

"A gestão responsável dos recursos e a proteção do meio ambiente estão, sem dúvida, entre as missões mais importantes da política e da sociedade, sendo a questão da eficiência energética um ponto determinante", afirmou o ministro Peter Ramsauer, do Ministério dos Transportes, Obras e Planejamento Urbano da Alemanha, órgão responsável pelo projeto.

De acordo com o governo alemão, a construção e o transporte desempenham um papel fundamental neste cenário, na medida em que estes dois setores são, conjuntamente, responsáveis por cerca de 70% do consumo final de energia e por aproximadamente 40% da totalidade das emissões de CO2.

Fonte: Jornal Estadão

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Notícias soltas #19

Renegociações de contratos afectam 3477 MW de potência eólica Ao todo, são 3477 MW de potência eólica que poderão ver os seus contratos de remuneração à produção alterados. A revisão em baixa da chamada “subsidiação” das renováveis é um dos pontos sensíveis da reforma do sector energético nacional, sendo que o mais recente relatório de revisão do memorando da troika, divulgado ontem, assegura que «a revisão dos sistemas de apoio às renováveis será efectuada para as capacidades que não foram objecto de concurso público».

Carlos Costa Pina na a administração da Galp Energia O ex-secretário de Estado do Tesouro do Governo de José Sócrates, e quadro da Ongoing, faz parte da lista de 21 nomes propostos pela Amorim Energia, Caixa Geral de Depósitos e Eni para integrarem o novo conselho de administração.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Energia de Portugal obteve 1723 candidaturas

1723 é o total de candidaturas submetidas ao Energia de Portugal, uma iniciativa do Expresso, EDP, CGD e SAGE. Logo no primeiro dia, 29 de fevereiro, registámos uma candidatura por minuto e, durante a primeira semana, recebemos entre 50 a 100 todos os dias.

Em breve serão revelados os 200 finalistas, os quais se vão organizar em 50 equipas para participarem nos bootcamps, a cargo da Fábrica de Startups. As 10 equipas que chegarem ao final têm garantida uma audiência com investidores dispostos a escutar as suas ideias de negócio.

Fonte: Expresso

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Maioria dos edifícios portugueses com baixa eficiência energética

Se nos edifícios novos, há 40 por cento cuja certificação energética é de A e 12 por cento com A+, nos edifícios já existentes em Portugal, 65 por cento tem certificação energética abaixo de B-, adiantou Rui Fragoso, responsável da Adene – Agência para a Energia.

«Há muito potencial no sector residencial. O gap entre edifícios novos e existentes tem de ser melhorado», defendeu, na conferência internacional “Solar Energy and Architecture”, que decorreu esta sexta-feira na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

O responsável sublinhou também que desde 2006 que se registaram melhorias a nível de reabilitação, mas que a certificação energética é uma «ferramenta essencial».