quarta-feira, 29 de junho de 2011

Revista Algébrica entrevista Susana Camacho

Entrevista de Susana Camacho, Administradora Delegada da S.energia – Agência Regional de Energia para os concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, à Revista Algébrica

"A eficiência energética passa, também, pela alteração comportamental ao nível dos pequenos maus hábitos tidos como adquiridos"

A S.energia promoveu recentemente a Enerint 2011 – I Feira de Energia Inteligente. Iniciativas como esta, que definiu como público os sectores doméstico e serviços, visam dinamizar as acções de comunicação em torno de soluções energeticamente eficientes? A população, de uma forma geral, está sensibilizada para a necessidade de uma melhor energia enquanto premissa de uma maior economia?


Consistindo a missão da S.energia na dinamização da sociedade civil para o incremento da eficiência energética, para a utilização concertada dos recursos naturais e a mitigação das alterações climáticas, consideramos que o desenvolvimento de actividades tais como a ENERINT são um meio privilegiado para alertar os cidadãos da necessidade de se utilizar a energia de uma forma mais racional, responsável e consentânea, e para a premência da alteração dos seus comportamentos quotidianos no que concerne à utilização da energia. Temos sentido nestes últimos tempos uma maior disponibilidade e receptividade por parte dos cidadãos comuns, para as questões que se prendem com os procedimentos e as boas práticas a adoptar de forma a pouparem energia e a reduzirem, consecutivamente, a sua factura energética. Aferimos, no entanto, que esta situação é também fruto parcial da grave recessão económica em que o país se encontra actualmente.Após a elaboração da Matriz Energética dos concelhos que compõem a S.energia, a Agência elaborou o “Plano de Acção para a Energia – Linhas Orientadoras S.energia”.


Este documento permite identificar onde é prioritário “agir localmente” – no sector dos transportes, na iluminação pública, no edificado, nos edifícios públicos?


O “Plano de Acção para a Energia – Linhas Orientadoras S.energia” surgiu na sequência natural da elaboração da Matriz Energética, que permitiu a quantificação dos modos e da forma em que se processa o consumo de energia na área de intervenção da S.energia, compreendida pelos concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete. Define-se, neste documento, uma estratégia para a qual se deverá pautar a actividade quotidiana da S.energia, no sentido de apresentar medidas concretas de actuação para a redução dos consumos energéticos nos diferentes sectores consumidores identificados na Matriz Energética. O Plano de Acção estruturou-se em seis directrizes de intervenção, nomeadamente, câmaras municipais e respectivas dependências, sector dos serviços, sector residencial, mobilidade e transportes, indústria e agricultura. O objectivo final deste Plano de Acção será o incremento da utilização das energias renováveis e a redução dos consumos energéticos e emissões de Gases com Efeito de Estufa na área de intervenção da S.energia. Para que o Plano de Acção apresentado se venha a tornar definitivo carece de discussão conjunta com as diferentes Divisões e Departamentos das câmaras municipais, que podem vir a estar envolvidas na concretização de algumas das acções propostas e de debate com outros Actores Locais de Energia, no sentido de se identificarem medidas de acção que promovam o Desenvolvimento Sustentável de forma mais abrangente nestes quatro concelhos.


O nascimento das agências de energia veio facilitar a promoção de consumos mais conscientes, quer no âmbito das autarquias, quer na indústria e mesmo no sector residencial?


As agências de energia trabalham no sentido de sensibilizar a sociedade e as instituições para uma utilização mais racional da energia, apoiando a Política Energética e Ambiental ao nível europeu. Deste modo, a criação das agências de energia foi um passo extremamente importante, pois estas trouxeram para a agenda política e para a ordem do dia, as questões que se relacionam com a Sustentabilidade Energética e Ambiental, a redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa e o combate às Alterações Climáticas. Em Portugal existem actualmente 26 agências de energia, algumas das quais foram criadas com o apoio do programa Energia Inteligente na Europa “Intelligent Energy Europe”, que permitiu dotar as autarquias, que abraçaram este desafio, de um serviço que se encontra em contacto directo e permanente com os munícipes, com apoio técnico específico para as questões energéticas, procurando criar sinergias entre os diversos actores locais e estabelecendo também uma ligação privilegiada com a Comissão Europeia.Por outro lado, as agências de energia têm realizado um trabalho inédito de uma enorme relevância, que se prende com a centralização da informação das despesas energéticas ao nível da iluminação pública, dos consumos eléctricos dos edifícios municipais, que nunca foram trabalhadas, e que estão patentes nas facturas energéticas que se encontrarem dispersas e sem qualquer análise do ponto de vista energético.As agências de energia vieram colmatar estas lacunas e sensibilizar as autarquias para as potencialidades de redução das facturas energéticas inerentes à análise dos contratos de fornecimento de energia eléctrica, encontrando-se situações de contratação de potências eléctricas acima das necessidades efectivas, sendo esta uma realidade completamente desnecessária.


Qual tem sido o papel da S.energia na certificação de edifícios públicos, por exemplo?


A S.energia desenvolveu os estudos para a certificação energética no âmbito do Sistema Nacional de Certificação Energética e Qualidade do Ar Interior (SCE) de oito edifícios municipais em 2010, nomeadamente os Paços do Concelho do Barreiro, Montijo e Alcochete, as bibliotecas municipais do Barreiro e da Moita, e as piscinas municipais da Moita, Montijo e de Alcochete. As auditorias energéticas permitiram caracterizar as condições de utilização de energia nos edifícios municipais, com o objectivo de determinar possíveis oportunidades de racionalização dos consumos. sApós as auditorias, a S.energia propôs medidas de eficiência energética para cada edifício, indicando as principais recomendações para a melhoria do comportamento térmico e energético do imóvel, de maneira a adequar o edifício aos pré-requisitos legais e aumentando a classe energética do mesmo. Para dar seguimento ao processo iniciado será necessária a existência de técnicos responsáveis pelo funcionamento, instalação e manutenção dos edifícios municipais, no âmbito dos requisitos legais subjacentes aos processos de auditorias energéticas.É um objectivo da agência realizar auditorias energéticas a todos os edifícios municipais na sua área de intervenção. Acrescento ainda que a S.energia tem candidatado propostas de projectos a programas de financiamento nacionais e europeus, com o objectivo de vir a promover um serviço de mini auditorias energéticas e ambientais, que possa ser realizado junto da comunidade escolar, associações, colectividades e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), mas também no sector residencial a pedido dos munícipes.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Três em cada cinco cidadãos de 24 países não querem energia nuclear

A energia nuclear perdeu adeptos com a crise que se arrasta há três meses na central de Fukushima, no Japão, devastada por um tsunami. Três em cada cinco cidadãos de 24 países não querem esta fonte de energia, revela uma sondagem do Ipsos.

Na lista das fontes de energia “preferidas” pelos inquiridos, o nuclear surge em último lugar (38 por cento de defensores), tendo à frente o carvão (48 por cento), gás natural (80 por cento), hidroeléctrica (91 por cento), eólica (93 por cento) e solar (97 por cento).

Os países onde o nuclear encontra mais opositores são a Itália, Turquia, México e Alemanha. Por seu lado, o apoio é mais elevado na Índia, Polónia e Estados Unidos.
Dos 62 por cento de inquiridos contra o nuclear, um quarto (26 por cento) diz ter sido influenciado por Fukushima. Os países que mudaram de opinião por causa da crise no Japão são a Coreia do Sul (66 por cento), o próprio Japão e a China (ambos com 52 por cento) e a Índia (50 por cento). “A energia nuclear é um tema controverso, mesmo nos tempos tranquilos. O desastre em Fukushima teve, claramente, um impacto negativo na forma como as pessoas olham para ela”, disse o director do Ipsos MORI Reputation Centre, Milorad Ajder, em comunicado.
(...)
24.06.2011
Helena Geraldes – PÚBLICO

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Biomassa é metade da energia renovável consumida na Europa

O Eurostat revelou na passada quarta-feira que metade da energia renovável consumida nos 27 Estados-membros é proveniente de madeira e resíduos florestais. Portugal atinge os 60% da energia proveniente destes materiais.

A madeira e os resíduos florestais estão na origem de metade da energia renovável consumida nos 27 países da União Europeia (UE), embora existam grandes diferenças entre eles, variando entre os 16% do Chipre e os 97% da Estónia, diz a Lusa. O relatório divulgado pelo Eurostat mostra ainda que a floresta representa cerca de 40% da superfície europeia, ou seja, um total de 178 milhões de hectares, 4% da floresta mundial.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Artigo "Consenso Ambiental"

"O relatório da OCDE para Portugal, no que ao ambiente e energia diz respeito, recomenda a implementação de uma reforma do sistema fiscal, através da aplicação de impostos “ambientais” como forma de promover o “ greening growth” e contribuir para a consolidação fiscal. A ideia é simples, em vez de se atribuírem benefícios a quem não polui, o que custa dinheiro ao Estado, pune-se quem polui, pela aplicação do princípio do poluidor pagador.
O problema é que, sobretudo na época de crise financeira em que atravessamos, ao poder político é sempre mais fácil justificar politicas de efeitos imediatos do que tratar de algo cujas consequências são futuras. (...) Com os problemas que atravessamos colocar os efeitos imediatos da crise ao mesmo nível de um problema com consequências futuras, não é seguramente tarefa fácil.
(...)
Por outro lado, medidas como estas são estruturais e, para serem eficazes, têm que ultrapassar os ciclos eleitorais, sobretudo ao nível energético cujos investimentos são longos no tempo.
O exemplo Dinamarquês é paradigmático. A introdução de impostos verdes, durante uma década, foi um importante factor dinamizador da economia, contribuiu para a sua descarbonorização e fez reduzir a carga fiscal sobre o trabalho.
Para isso há que criar consensos. O momento que atravessamos a isso obriga, nunca foi exigida tanta “sintonia” entre governo e cidadãos. Seria bom que os partidos aproveitassem essa dinâmica e criassem um “ Consenso Ambiental”. Porque há “vida” para além da troika. O futuro agradece…"

Ivone Rocha, 15/06/11



Fonte: Oje

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Barco Solar


O Turanor Planet Solar foi construído no Yacht Club Knierimem da cidade de Kiel, norte da Alemanha, e o seu nome deriva do 'Senhor Tolkien dos Anéis'. Turanor significa "o poder do sol".

Nesta viagem inaugural de circunavegação do globo, iniciada em Abril passado no Mónaco e com duração prevista de 5 meses a uma velocidade média de 8 nós (máxima de 15 nós), o Turanor tem-se deslocado em absoluto silêncio e sem a geração de qualquer tipo de poluição, tendo a bordo apenas 2 tripulantes. Após a conclusão desta viagem, a expectativa é que o Turanor seja vendido para ser usado como um iate de luxo.

O Turanor tem realizado uma rota mais equatorial para contar com mais horas de sol, fundamentais para a geração da sua energia, fazendo escalas em diversas cidades pelo mundo, entre elas Nova Iorque, São Francisco, Papeete (Tahiti), Noumea (Nova Caledonia), Brisbane (Austrália), Hong-Kong, Singapura, Abu Dhabi, Cairo e Marselha (sul de França).

Knierim Yachtbau e Immo Streher, entre outros investidores, decidiram financiar o projeto do suiço Raphael Domjan, gastando para isso 10 milhões de euros (quase 16 milhões de dólares) na construção deste belíssimo, moderno e imenso catamarã.

Segundo Knierim Yachtbau, "este é um marco no progresso da mobilidade solar. É minha convicção que brevemente a energia solar assumirá uma forte presença não apenas sobre telhados de casas e edifícios, mas também nas estradas, nos mares e nos céus... O objectivo da viagem de circunavegação com o Turanor é chamar a atenção para o facto que a energia solar tem como garantir uma significativa contribuição para a melhoria da qualidade de vida sustentável nas grandes cidades."

Para obter mais informações sobre o projeto, visite o site
http://planetsolar.org./

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sector da energia já recebeu mais de 2 mil milhões do BEI

O sector da energia é o que tem visto mais projectos financiados pela instituição financeira Banco Europeu de Investimento: Eneop, Portucel, Electricidade da Madeira, REN, Galp, EDP foram algumas das empresas que receberam um total de 2,02 mil milhões de euros entre 2008 e 2011.



EGF e AdP
No sector da água e resíduos a Empresa Geral de Fomento (EGF) e a Águas de Portugal (AdP) – pertencentes ao grupo AdP, receberam 797 milhões de euros de financiamento.

EPAL e EDA
A EPAL e a Electricidade dos Açores (EDA) são os dois dos três projectos ligados às áreas de ambiente e energia, que estão a ser escrutinados pelo Banco Europeu de Investimento (BEI).

Iberdrola
No caso da Iberdrola, o projecto entrou no BEI a 28 de Maio de 2009, tendo como objectivo a construção de quatro barragens e quatro centrais hidroeléctricas com 1135 MW de potência.

EDP

A EDP submeteu um pedido de 260 milhões de euros para dois projectos nas centrais hídricas do Alqueva (Rio Guadiana) e da Venda Nova (Rio Cávado), para um projecto cujo valor ronda os 520 milhões de euros.




No ano passado a Eneop - Eólicas de Portugal, pediu financiamento para 14 parques eólicos de 354 MW.O custo total desta fase é de 520 milhões, sendo que o BEI deu o aval ao empréstimo de 260 milhões em Outubro do ano passado.



Em 2008, foi a vez da Repsol pedir um empréstimo de 50 por cento dos 1,1 mil milhões para ampliação do pólo petroquímico de Sines e a construção de uma central de co-geração. O contrato ainda não foi assinado.

Fonte: AmbienteOnline

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dia Mundial do Ambiente

Comemorou-se ontem o Dia Mundial do Meio Ambiente, criado a 5 de Junho pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na resolução 2994 (XXVII) de 15 de Dezembro de 1972, marcando a abertura de uma Conferência sobre Meio Ambiente, ocorrida naquele ano em Estocolmo, na Suécia.


Esta comemoração surge como uma forma de as Nações Unidas estimularem a preocupação mundial para as questões ambientais e incentivarem a atenção e acção política. Este ano, Ano Internacional das Florestas, o Programa de Ambiente das Nações Unidas (United Nations Environment Programme, UNEP), definiu para a celebração deste dia o tema “Florestas: Natureza ao seu Serviço”.


Fonte: Naturlink

sexta-feira, 3 de junho de 2011

1ª Feira Ibérica de Sustentabilidade Urbana

Numa lógica global de sustentabilidade, a 1ª Feira Ibérica de Sustentabilidade Urbana pretende transmitir conhecimentos numa combinação entre a vertente tradição com a inovação e ambiente.
Durante os dias entre 7 e 9 de Junho, decisores, técnicos, profissionais e empresários poderão encontrar na Cidade de Bragança um espaço de divulgação e disseminação de boas práticas relacionadas com a sustentabilidade urbana.

Os Workshops decorrerão no Centro Cultural Municipal de Bragança e a sua participação é gratuita, não sendo necessária inscrição prévia. Os interessados poderão aceder, descarregar informação adicional sobre a Feira aqui. e o Programa aqui.


Fonte: Naturlink

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dia da Energia na EB1/JI Serra das Minas nº1

A AMES esteve presente nas comemorações do Dia da Energia que decorreram no passado dia 30 de Maio na EB1/JI Serra das Minas nº 1, tendo realizado palestras sobre a temática das Energias Renováveis para todas as turmas da escola.


Parabéns à EB1/JI Serra das Minas por esta iniciativa!