sexta-feira, 11 de março de 2011

Europa de baixo carbono

A Comissão Europeia aprovou no passado dia 8 de Março o primeiro roteiro para chegar a 2050 com uma redução de emissões de gases com efeito de estufa entre 80 e 95%. A missão “é possível” e prevê um investimento europeu de 270 mil milhões de euros anuais.

Segundo explicou Rosário Bento Pais, da Direcção-Geral europeia para o Clima, num encontro em Lisboa, este é apenas o primeiro passo. A comunicação apresentada ainda terá de ser debatida e aprovada pelos Estados membros. Estes, por sua vez, deverão elaborar estratégias a longo prazo de desenvolvimento nacional e regional de baixo carbono.

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A estes montantes, a Comissão Europeia contrapõe os benefícios de uma economia de baixo carbono: de acordo com a proposta, a Europa conseguirá uma poupança em combustível entre 175 e 320 mil milhões em média e anualmente, entre 2010 e 2050, bem como a diminuição das importações de petróleo e gás para metade, comparado com os níveis actuais, o que permitirá poupar 400 mil milhões de euros até 2050. Os benefícios para a qualidade do ar e saúde ascenderão aos 27 mil milhões em 2030. Além destes valores, a Comissão salienta o potencial de criação de emprego, nomeadamente na renovação de edifícios, produção de materiais de isolamento e indústria de renováveis.
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Má nota na eficiência energética
Mas aquilo que já não está tão bem é a meta para a eficiência energética. De momento, apenas se conseguiu 10% de poupanças energéticas. João Joanaz de Melo, presidente do GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), presente no encontro em Lisboa, lembrou que “a eficiência energética tem sido o parente pobre da intervenção no sector".

De acordo com Rosário Bento Pais, a eficiência energética será “crucial” para cumprir a meta dos 80 a 95% de redução de emissões, juntamente com a aposta nas energias solar e eólica, redes eléctricas inteligentes, armazenamento de carbono, casas baixo carbono e cidades eficientes.

Como é preciso fazer mais, a UE adoptou a 4 de Fevereiro um Plano de Eficiência Energética com medidas adicionais. De acordo com este documento, o sector público deve dar o exemplo com metas de 3% para a reforma de edifícios públicos e critérios mais estritos de eficiência energética para os contratos públicos. Por seu lado, a indústria deverá adoptar requisitos de eficiência energética para equipamentos, auditorias energéticas e sistemas de gestão de energia. Além disso, há que melhorar a eficiência de geração de energia e calor e promover redes inteligentes de energia e contadores inteligentes.

O Roteiro será discutido no Conselho informal do Ambiente, em Budapeste a 26 de Março de 2011 e o debate com os estados membros deverá ficar concluído em Junho.
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Fonte: Ecosfera

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