quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Entrevista a Alexandre Cruz, Presidente da APESF

Numa recente entrevista à Revista O Instalador, Alexandre Cruz, Presidente da APESF - Associação Portuguesa de Empresas do Sector Fotovoltaico, aborda os temas preementes do sector, sublinhando a importância da tecnologia fotovoltaica na descentralização da produção energética, a necessidade de se desmistificar a aposta nas tarifas bonificadas e oque o futuro deverá passar por sistemas de auto-consumo devido à descida do preço de instalação e ao aumento da tarifa de compra de electricidade à rede.

Segundo o responsável, começa agora a verificar-se «a possibilidade de instalar sistemas em regime geral (micro-geração) e não no regime bonificado (esgotado) ». «O regime geral baseia-se na venda da energia produzida ao preço de compra. Este sistema apresenta hoje amortizações não muito diferenciadas de um sistema baseado no regime bonificado. No entanto, é um sistema, cujo estudo financeiro é baseado em pressupostos da subida da tarifa eléctrica e da inflação tornando-se mais difícil de promover», explica. Em resumo, a APESF acredita que «2013 será o ano de viragem e que o sector irá iniciar uma retoma progressiva».

Dismistificação dos tarifas bonificadas
No que respeita às ajudas governamentais, Alexandre Cruz desvaloriza a questão, já que «têm, de uma vez por todas, de ser desmistificadas». «As tarifas de aquisição são subsídios, com limitação temporal, para potenciar a redução de custos das tecnologias. Se não existissem estas tarifas subsidiadas dificilmente assistiríamos à redução dos custos dos módulos fotovoltaicos e de toda a tecnologia inerente a um sistema fotovoltaico», afiança. E garante ser «necessário que tenhamos uma visão a longo prazo. Estes subsídios originam uma apetência da indústria pelo sector, originam postos de trabalho reduzindo a taxa de desemprego, incrementa a entrada de valores indexados a impostos, potencia o know-how e capacidade de exportação. Serão estes subsídios negativos? É necessário algum cuidado nas alegações fáceis e na manipulação da informação», alerta.

Futuro passa por sistemas de auto-consumo
Alexandre Cruz refere que «dentro de dois a três anos um sistema em regime de auto-consumo, sem qualquer tipo de tarifa subsidiada associada, irá obter um retorno económico equivalente a um sistema em regime bonificado». «Apenas muda o paradigma: em vez de vender energia, o proprietário deste sistema consome a energia produzida, reduzindo a aquisição de energia à rede eléctrica», explica. E, refere o responsável, «este cenário é possível devido à redução nos custos de aquisição de um sistema fotovoltaico e ao incremento do valor do preço de compra da energia à rede eléctrica».

Fonte: Apisolar

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