sexta-feira, 15 de março de 2013

Crise no mercado do CO2 fecha empresas portuguesas do sector


O colapso do mercado de carbono na Europa está a colocar as empresas portuguesas do sector em grandes dificuldades. Algumas já fecharam, outras sobrevivem apenas à custa de clientes no exterior, investimentos que prometiam lucros certos desvalorizaram-se a pique. E ninguém antevê uma solução fácil para o que parecia ser um bom negócio há uns anos, mas agora está nitidamente a sucumbir às circunstâncias.                  
                                                                                                 
                                                                                                                                                                                                                Foto: DIMITAR DILKOFF/AFP

Por trás da actual situação está a queda abissal no preço das licenças de emissão de dióxido de carbono (CO2), obrigatórias para grande parte da indústria europeia. O direito de lançar uma tonelada de CO2 para atmosfera, que chegou a custar quase 30 euros em 2008, foi transaccionado por menos de três euros em Janeiro passado. Na última semana, esteve em torno dos quatro euros.

"O mercado de carbono está praticamente morto e não há grandes condições de o reavivar", diz Gonçalo Cavalheiro, da Caos, empresa com forte aposta na área climática. Não é das mais afectadas pela crise, mas a situação está complicada para todos. Elaboração de estratégias climáticas, compra e venda de licenças e compensações de emissões constituíam um mercado promissor que agora está em baixo.

Para alguns, as mazelas do mercado do carbono não têm a ver com o sistema em si. "Vejo isto muito mais como um problema da crise económica do que algo específico da área das alterações climáticas", opina Catarina Vazão, da empresa Ecoprogresso.

Soluções só a prazo

A Comissão Europeia quer fazer mudanças. No imediato, propõe congelar durante os primeiros três anos da terceira fase do comércio europeu de emissões, que começa agora em 2013, a venda de licenças equivalentes a 900 milhões de toneladas de CO2, que sobraram da fase anterior (2008-2012), e que regressarão ao mercado depois.

Outra das hipóteses é aumentar o compromisso europeu de redução de emissões de 20% para 30% até 2020. Mas uma iniciativa unilateral nesta altura tem poucas pernas para andar. Os combustíveis fósseis estão em força, com o avanço da exploração de gás de xisto nos EUA, em detrimento do carvão, que por isso está a inundar o mercado noutras partes do mundo.

Fonte: Público

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